
REAÇÃO
Em caso de sanção do governo Trump, Motta vai tentar diplomacia e não política
Perder visto é uma “decisão soberana do governo americano”, afirma

Motta e Alcolumbre estariam na mira dos EUA por alinhamento a Lula e STF | Foto: Agência Câmara
Tanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), quanto o da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), podem receber sanções do governo Donald Trump por um suposto alinhamento com a gestão Lula (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Motta, contudo, estaria tranquilo em relação às retaliações e teria dito a interlocutores que a situação será tratada no campo diplomático e comercial e não no político ou ideológico.
A informação foi apurada pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles. Segundo ele, o presidente da Câmara afirmou que a possibilidade de perder o visto - como ocorreu a ministros do STF e aliados - é uma “decisão soberana do governo americano” e que será respeitada, se ocorrer.
Donald Trump anunciou tarifaço de 50% aos produtos brasileiros, a partir de 1º de março, e depois punições aos ministros do STF. Ele exige que o Brasil pare o que chama de "caça às bruxas" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado ideológico e réu no Supremo no caso da trama golpista. O governo brasileiro, por sua vez, ressaltou o discurso de soberania e informou que não vai ceder à chantagem para interferir no judiciário.
Já a primeira turma do STF formou maioria para endossar as medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição de utilizar redes sociais.
Sobre sanções a Motta e Alcolumbre, o filho 01 de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), acredita que elas possam atrapalhar a oposição. Para ela, essas medidas podem promover um maior alinhamento dos chefes do Congresso ao governo federal.
Motivos
De forma mais detalhada, os motivos para sanções seriam, no caso de Motta, não pautar o projeto de anistia aos envolvidos e condenados pelo de 8 de janeiro. Sobre Alcolumbre, não colocar para votação o impeachmento do ministro Alexandre de Moraes.
LEIA TAMBÉM:
"Meu pai sempre sinalizou que não queria briga", diz Flávio Bolsonaro
