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ESPECIAL / EUROTRIP

Não é difícil gostar de Malta

Neste texto que encerra a série de viagem de um mês pela Europa, sobretudo por ilhas, jornalista ressalta o que atrai tantos turistas ao arquipélago maltês

Thiago Momm
Goiânia | 07/08/2025

Não é difícil gostar do arquipélago de Malta: isso acontece no primeiro ferry boat; no interior da cocatedral de São João; nos corredores de edifícios cor de sol da Toscana de Valletta, a capital murada medieval; ou em Upper Barraka, jardins no ponto mais alto dentro dos muros, com vista quase de drone para as chamadas Três Cidades (Vittoriosa, Senglea e Conspícua), entremeadas pelo mar Mediterrâneo e por marinas abarrotadas.

Também é fácil ficar atraído por Malta quando se pesquisa sobre a Lagoa Azul, na ilha vizinha de Comino, que com a de Gozo compõe o arquipélago maltês.

Atraído e repelido ao mesmo tempo, nesse caso. O azul florescente da água em Comino dispara ânsia de viagem em quem o vê no Google, e a primeira coisa que preciso dizer é que a realidade corresponde a todas as fotos online absurdas da Lagoa Azul, sendo possível fazer uma delas até com a câmera de 1.3 megapixel daquele Samsung A800, de 2002.

O repelido é porque você vai ler que o turismo satura a lagoa até um ponto desesperador, e a segunda coisa que sou obrigado a dizer é que isso também é verdade. Estive por lá no começo do verão europeu. Havendo pouca faixa de areia, o vasto excedente de banhistas se empoleira nas pedras e superpovoa a água. Os barcos não param de chegar.

Mas não exageremos. Eu e minha noiva conseguimos largar mochila e chinelos na cavidade de uma pedra e, 15 metros de mar depois, mergulhar sem cabecear os outros.

Além disso, Comino tem praias quase vazias. Tão macunaímicos estavam os turistas em Comino aquele dia que menos de 30 deles foram até a praia de Santa Maria, 20 minutos andando a partir da Lagoa Azul. Santa Maria é menos espetacular, mas assim excepcional.

Dito isso, vamos a algumas outras coisas sobre Malta.

O arquipélago foi um palco-chave na Segunda Guerra. À época ainda sob o domínio inglês, que foi até 1964, Malta lutou com os Aliados. Sitiados de 1940 a 1943, quando a frota italiana capitulou, os malteses resistiram em diversos bunkers que podem ser visitados junto a museus na estrutura de cada um. Os ingressos são salgados, de 14 a 28 € (R$ 90 a 180), mas visite qualquer um dos menos caros – o Malta War Museum, por exemplo – e já valerá a pena.

Por falar em história, Malta foi dominada por uma quantidade quase incontável de povos, mas um marco histórico foi a resistência ao Grande Cerco de 1565, quando 40 mil otomanos, o quíntuplo do que havia de soldados malteses, atacaram o arquipélago.

Isso é contado em parte do vídeo de 45 minutos do Malta Experience, mas você pode dar uma atenção especial à história local antes de ir e economizar esse ingresso.

Sobre a cocatedral de São João, não sei dizer quantas igrejas atordoantes já fui, mas nunca tinha visto um chão inteiro composto de túmulos de mármore como o de lá.

Mdina, a antiga capital de Malta, tem todo o apelo de uma cidade secular murada repleta de vielas, mas tem também uma overdose de charretes, o que significa escutar sinos toda hora, desviar de cavalos e ter pena dos pobres bichos suando para conduzir turistas.

A cidade de Sliema é mais moderna e repleta de comércio, inclusive na sua longa orla, dizem diversos blogs, mas eu e minha noiva não conseguimos ir lá. Também ficamos nos devendo explorar Gozo, na qual só descemos antes de seguir para Comino.

Por fim, destaco que vale a pena ficar em Valletta para voltar com mais facilidade à pousada ou ao apartamento depois de jantar, além de aproveitar sem pressa a música ao vivo de bares nas escadarias. Em todo caso, como se hospedar em Valletta é mais caro, existe a opção de ficar por menos (ou com mais conforto pelo mesmo preço) em uma das Três Cidades, de onde se acessa a capital por um ferry de 2 € e uns 20 minutos.



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