MASSACRE
Moradores do Rio levam 58 corpos para a Praça São Lucas, no Complexo da Penha
Mortes já ultrapassam 120, conforme reportagem
Número não oficial até o momento é de 122 mortos | Foto: Reprodução/X
O número de mortos na megaoperação do Rio de Janeiro, na terça-feira (28), soma 122 mortos. Durante a madrugada e manhã desta quarta-feira (29), 58 corpos foram levados até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, e se somaram aos 64 confirmados ainda ontem. O número ainda foi contabilizado pelos órgãos oficiais.
Esses corpos foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia. Foi neste local onde ocorreram os confrontos mais violentos entre policiais e traficantes. A informação é de O Globo e o número de mortos ainda não está fechado.
Na terça-feira, informações oficiais eram de 60 mortos, a maioria suspeitas de tráfico, e quatro policiais.
Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) chegou a dizer que não teve ajuda do governo federal, mas após ser desmentido pelo ministro Ricardo Lewandowski (Justiça), recuou e admitiu que não fez o pedido. “Houve uma leitura errada da minha fala”, disse.
Ele completou: “Eu não pedi ajuda. A pergunta do repórter foi se o governo federal estava participando da operação, eu falei que não e perguntaram por quê. Nas últimas três ocasiões, pedimos blindados e a resposta foi que só poderiam ser cedidos com GLO. Como o presidente é contra a GLO, não adiantava pedir de novo."
Ele justificou não ter avisado o governo federal sobre a operação, pois achou que a ajuda seria negada. “O que a gente considera que é o que a gente precisa deles para a operação seria a questão dos blindados. Essa era a necessidade que nós já sabíamos, pelas outras três experiências, que não contaríamos com ajuda”, justificou.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) parabenizou a ação pelas redes sociais na terça-feira. Ele também criticou o governo pela "falta de apoio" antes desta ser desmentida.
"Quero me solidarizar com o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Parabéns! Essa posição, essa decisão de enfrentar o crime, recebe o aplauso hoje do Brasil. O brasileiro não suporta mais conviver com esta total situação de impunidade, onde traficantes e facciosos se acham no direito de privar as pessoas da sua liberdade, de intervir, de instalar um verdadeiro estado do crime, da opressão e da violência em vários territórios deste país", afirmou.
As identidades das vítimas não foram reveladas.
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