SAÚDE
Goiás estima mais de 2,5 mil diagnósticos de câncer de próstata em 2025
Oficialmente incorporada ao SUS em agosto deste ano, a cirurgia robótica é alternativa
O urologista e cirurgião robótico Pedro Junqueira destaca que os benefícios da técnica são amplamente comprovados | Foto: Freepik
Com mais de 71 mil novos casos previstos no Brasil em 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata segue como o tipo mais frequente entre os homens. Em Goiás, a estimativa ultrapassa 2,5 mil diagnósticos. Trata-se da doença mais incidente no público masculino, com exceção do câncer de pele não melanoma.
Oficialmente incorporada ao SUS em agosto deste ano, a cirurgia robótica para o tratamento do câncer de próstata representa um marco na saúde pública brasileira. A medida, aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), abre caminho para que pacientes da rede pública tenham acesso a uma técnica de alta precisão, já consagrada nos principais centros privados do país.
O urologista e cirurgião robótico Pedro Junqueira destaca que os benefícios da técnica são amplamente comprovados. "A cirurgia robótica representa um salto de qualidade no tratamento. Ela reduz complicações, sangramentos, transfusões e acelera a recuperação. O paciente sente menos dor e volta às atividades mais rapidamente", explica.
Desafios à frente
Apesar do otimismo, o especialista lembra que o acesso à tecnologia ainda enfrenta obstáculos práticos. "A incorporação ao SUS é um passo essencial, mas a maior parte dos hospitais públicos ainda não dispõe de estrutura adequada nem de recursos para adquirir as plataformas robóticas, que têm custo elevado. A adaptação da rede deve ser gradual e exigirá capacitação de equipes e planejamento financeiro", observa Junqueira.
Mesmo assim, o médico considera que o país caminha na direção certa. "O mais importante é que a tecnologia começa a se democratizar. Com o tempo e com políticas bem estruturadas, a cirurgia robótica tende a deixar de ser uma exclusividade de poucos e se tornar um benefício coletivo", avalia.
Prevenção continua sendo a melhor estratégia
Quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata pode ter taxas de cura superiores a 90%. Porém, o diagnóstico ainda esbarra em barreiras culturais. O medo e o preconceito afastam muitos homens dos consultórios, mesmo diante de sintomas ou histórico familiar da doença.
Médicos recomendam que homens a partir dos 50 anos, ou aos 45 em casos de histórico familiar, realizem exames regulares. Além disso, alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e o abandono do tabagismo ajudam a reduzir o risco da doença.
Com a chegada de novembro, mês dedicado à conscientização sobre a saúde masculina, o debate ganha ainda mais força. Para o urologista, tecnologia e prevenção precisam caminhar lado a lado. "A cirurgia robótica é um avanço notável, mas ela não substitui o diagnóstico precoce. O Novembro Azul nos lembra que a inovação só faz sentido quando vem acompanhada da atitude de cuidar e de cuidar a tempo", conclui.