
ATUAÇÃO
Caiado convoca empresários para reunião emergencial sobre tarifaço de Trump
"Já que o governo federal não assumiu nenhuma ação concreta, nós assumiremos"

Caiado trabalha para reduzir impactos do tarifaço | Foto: Isac Nóbrega/PR e Casa Branca
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) convocou, ao lado do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, uma reunião emergencial com empresários para enfrentar os impactos do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a próxima terça-feira (22), às 14h, no Palácio das Esmeraldas. Ambos estão em missão no Japão e o anúncio ocorreu neste domingo (20), no Instagram.
"Já que o governo federal não assumiu nenhuma ação concreta, nós assumiremos. Nós vamos para cima, vamos cuidar das famílias goianas, vamos cuidar do nosso estado de Goiás e vamos chegando aí também para discutir o quadro político", disse o governador. Há alguns dias, Trump divulgou carta aberta com o anúncio de uma sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros nos Estados Unidos. Na mesa de "negociação", ele exigiu que cessasse o que chamou de "caça às bruxas" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Segundo André Rocha, "essas tarifas e represálias preocupam todos os empresários brasileiros. Em Goiás, também estamos atentos. Por isso, o governador está convocando os empresários afetados para discutirmos alternativas que minimizem os efeitos danosos dessas medidas. E nós, em Goiás, também estamos preocupados”.
No sábado (19), Caiado já tinha dito - também via Instagram - que criaria uma linha de crédito com taxas abaixo das praticadas no mercado e um grupo de trabalho com representantes do governo estadual e da iniciativa privada diante do tarifaço de Trump. Segundo ele, o pacote seria voltado para empresas goianas com alta exposição nas exportações aos Estados Unidos, especialmente do setor agroindustrial.
Disse, ainda, que as condições do crédito foram estruturadas a partir de um fundo de fomento baseado no crédito de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de exportação, sem aporte direto de recursos públicos. A taxa de financiamento será inferior a 10% ao ano — pelo menos três pontos percentuais abaixo das linhas subsidiadas por programas federais, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Plano Safra e fundos constitucionais.
A contrapartida exigida das empresas é a manutenção dos empregos durante o período de acesso ao crédito. Além disso, está prevista a criação de um fundo de garantia voltado a pequenos e médios empresários, com o objetivo de alavancar a oferta de crédito por parte da iniciativa privada.
