Publicidade


QUATRO MORRERAM

Acidente com Césio-137, em Goiânia, completa 38 anos

Caso foi o maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear

Francisco Costa
Goiânia | 13/09/2025

Maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, o caso do Césio-137, em Goiânia, completa 38 | Foto: Cnen/Marinha

O maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, o caso do Césio-137, em Goiânia, completa 38 anos neste sábado (13). Quatro pessoas morreram como consequência da descoberta da cápsula, em 13 de setembro de 1987: Maria Gabriela Ferreira, Israel Baptista dos Santos, Admilson Alves de Souza e Leide das Neves Ferreira, de apenas 6 anos. 

Tudo começou quando Roberto dos Santos e Wagner Mota Pereira, dois catadores de recicláveis, encontraram um aparelho de radioterapia abandonado no Instituto Goiano de Radioterapia e o desmontaram. Dentro dele, encontraram um isótopo radioativo altamente perigoso, uma cápsula de Césio-137, que contaminou centenas de pessoas e causou mortes e sequelas. 

Após encontrarem o aparelho, Roberto e Wagner o levaram para um ferro-velho para desmontar a máquina. Dono do local, Devair Ferreira abriu a cápsula e encontrou o pós-radioativo, que mostrou para vizinhos, amigos e familiares. As pessoas que tiveram contato tiveram tontura, vômitos e diarreia após algum tempo. 

O irmão de Devair, Ivo Ferreira, levou um pouco do pó para sua filha, Leide das Neves, que ingeriu o Césio-137 em uma refeição. A esposa de Devair mostrou o item na Vigilância Sanitária em um trajeto de ônibus, contaminando mais pessoas. 

Foi somente em 29 de setembro daquele ano que houve o alerta de todas as áreas atingidas. Mais de 112 mil pessoas ficaram de quarentena e passaram por intensos banhos de contaminação, após a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) pedir que os moradores fossem transferidos para um esquema de triagem no Estádio Olímpico. Além das quatro mortes, 249 pessoas tiveram contaminação expressiva e tratadas, enquanto 110 mil precisaram ser monitoradas.

Goiânia passou por um complexo esquema de descontaminação, que incluiu remoção de solo e materiais contaminados, além de desinfecção de veículos, casas, ruas e mais. Na quinta-feira (11), diante desta data tão marcante, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) aprovou de forma definitiva matéria do Executivo que acelera a análise dos pedidos de pensão especial às vítimas do acidente, por meio da atualização da norma estadual que cria a Junta Médica Oficial Específica, responsável por atender às disposições que tratam do referido direito. O texto está para sanção do Executivo.

LEIA TAMBÉM:

Após morte de macaco por febre amarela, Goiânia amplia alerta para vacinação



Publicidade
Expediente
  • Jornalismo
  • - Felipe Cardoso
  • - Francisco Costa
  • - André Garcia
  • Site
  • - Aurélio Oliveira
  • Charge
  • - Thiago Dornelas
Entre em contato
  • E-mail: jornalosegmento@gmail.com
  • Whatsapp: (62) 98132-0582  |  (62) 99302-6445